A gestão financeira da Câmara Municipal de Setúbal, sob o comando do presidente André Valente Martins, continua a gerar controvérsias à medida que as dívidas acumulam-se sem solução à vista. Recentemente, o Setúbal Notícias teve acesso a documentos que revelam uma nova dívida do município relacionada à publicidade contratada junto ao jornal Público, cujo valor ultrapassa os 3.800 euros. Desse montante, mais de 2.300 euros estão vencidos há mais de 60 dias.
De acordo com um e-mail obtido pela redação, a Público Comunicação cobra a regularização urgente desses débitos. A Câmara, porém, enfrenta dificuldades, com um prazo médio de pagamento de 150 dias, bem acima do limite legal de 30 a 60 dias, estabelecido pelo Decreto-Lei n.º 62/2013. A resposta oficial da Câmara indica que ainda não há previsão para liquidar a dívida, o que agrava a situação da tesouraria do fornecedor.
Esse incidente reflete um padrão de gestão financeira que recai, cada vez mais, sobre os cidadãos setubalenses, que terão de suportar as consequências das sucessivas falhas na administração.


Vale lembrar que o executivo da Câmara Municipal de Setúbal, liderado por André Martins (CDU), tem promovido com entusiasmo o volume de investimentos realizados no concelho durante o atual mandato (2021-2025), alegando que foram aplicados 30 milhões de euros em áreas cruciais como saúde, educação, habitação, desporto e mobilidade. No entanto, a análise dos números e a ausência de resultados visíveis no terreno levantam sérias questões sobre a eficiência destes investimentos, especialmente com as eleições autárquicas de 2025 no horizonte.
O que acaba por ser contraditório é o fato de que, apesar deste investimento expressivo, a Câmara de Setúbal continua a afundar-se em dívidas com fornecedores e prestadores de serviços, o que alimenta preocupações quanto à gestão financeira e à sustentabilidade dos projetos anunciados.