O Ministério Público apresentou uma acusação de quase 400 páginas que expõe um alegado esquema de corrupção desportiva envolvendo o Benfica e o Vitória de Setúbal, com pedidos de suspensão de ambos os clubes das competições desportivas por até três anos. O ex-presidente do Benfica, Luís Filipe Vieira, e o antigo assessor jurídico Paulo Gonçalves são acusados de elaborar, em 2016, um “plano criminoso” para manipular resultados e beneficiar a equipa lisboeta.
A acusação refere que o Benfica injetou 1,6 milhões de euros na SAD do Vitória de Setúbal em troca de supostas vantagens desportivas, com o clube sadino a atuar como um “satélite” dos encarnados. Operações financeiras simuladas teriam sido feitas, alegadamente com prejuízo para o fisco. No entanto, o Ministério Público não aponta diretamente para casos específicos de manipulação de resultados.
O processo, conhecido como Caso dos Emails, acusa Luís Filipe Vieira, Paulo Gonçalves e as SADs dos dois clubes de corrupção, oferta indevida de vantagem e fraude fiscal qualificada. O Vitória de Setúbal, que atualmente disputa a II Divisão Distrital, emitiu um comunicado sublinhando que não é parte integrante do processo e que aguarda que a justiça seja feita. Já o Benfica contesta as acusações, classificando-as como “infundadas” e promete lutar em tribunal.
O caso está a ser discutido amplamente na comunidade desportiva, com possíveis sanções que poderão abalar o panorama do futebol português.