V. Setúbal sem Candidatos às Eleições: Incógnita Sobre o Futuro do Clube Após a Queda da Direção

O Vitória Futebol Clube (V. Setúbal), em um momento crítico da sua história, encontra-se sem candidatos à liderança para o triénio 2024-2026, quase uma semana após a queda da direção presidida por Carlos Silva. A renúncia em massa de vários membros da direção, que resultou na perda de quórum, deixou o clube num impasse, criando um cenário de incerteza sobre o futuro imediato dos destinos do histórico emblema sadino.

A data das eleições para os órgãos sociais do V. Setúbal está marcada para o próximo dia 27 de novembro, mas até ao momento não surgiram candidaturas formalizadas. Os sócios do clube, que contam com uma história de 114 anos de existência, ainda podem submeter as suas listas de candidatura até esta quarta-feira, 15 de novembro, data em que o clube celebra o seu 114.º aniversário. No entanto, o panorama atual é de grande indefinição, com a presidência do clube a aguardar um novo líder, o que gera um clima de apreensão entre os adeptos e a comunidade sadina.

Carlos Silva, que comandou o clube desde dezembro de 2020 e foi reeleito em março de 2023, já anunciou que dificilmente se recandidatará. “Dificilmente irei recandidatar-me, mas estarei disponível para colaborar com alguém da minha confiança”, afirmou Silva, numa tentativa de mostrar alguma abertura para um possível apoio à nova direção. No entanto, a sua postura tem sido clara: o ex-presidente desafia agora aqueles que contribuíram para a queda da sua gestão a apresentarem soluções para o clube. “Espero que os detratores, aqueles que me criticaram muitas vezes de forma falaciosa, apareçam agora e avancem com as suas soluções”, declarou, num tom de desafio que reflete a tensão no seio do clube.

O cenário financeiro do V. Setúbal continua a ser um dos maiores desafios da gestão do clube. A homologação do Plano de Recuperação Empresarial (PIRE) permitiu reduzir a dívida do Vitória, que antes rondava os 64 milhões de euros, para cerca de 9 milhões de euros, sendo que o pagamento da dívida será feito em 10 anos, com uma mensalidade mensal de 87 mil euros nos primeiros três anos. No entanto, a redução da dívida não tem sido suficiente para resolver a crise financeira do clube, que luta para garantir a sua sobrevivência em um contexto de dificuldades financeiras e desportivas.

Carlos Silva, ainda que com um discurso resignado, defende que a única forma de assegurar o futuro do V. Setúbal passa pela alienação de património e pela execução de um projeto imobiliário para os topos do estádio. “O projeto imobiliário para os topos do estádio são a única hipótese de sobrevivência”, afirmou, destacando que sem a implementação deste projeto, a sustentabilidade financeira do clube seria comprometida.

O V. Setúbal, que conta com 72 presenças no escalão principal do futebol português, atualmente encontra-se na 2.ª divisão distrital, uma realidade distante da grandeza e tradição que o clube representou no futebol nacional. A perda de relevância desportiva e a crise financeira refletem-se diretamente na falta de candidatos e no desânimo geral que toma conta dos adeptos, muitos dos quais estão em silêncio, aguardando por uma solução que garanta a continuidade e o renascimento do clube.

O futuro do Vitória Futebol Clube está assim nas mãos dos seus sócios, que terão de decidir quem assumirá os destinos do clube. No entanto, a falta de candidatos até agora e o contexto económico e desportivo desfavorável indicam que os próximos passos do V. Setúbal serão cruciais para determinar se o clube conseguirá ultrapassar as suas dificuldades e retomar um caminho de estabilidade e sucesso, ou se será condenado a um futuro incerto. O relógio está a correr, e o V. Setúbal precisa de uma liderança forte e capaz de enfrentar os desafios que se avizinham.

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