Após uma intensa campanha eleitoral e conhecidos os resultados, aproxima-se o momento de tomar posse e iniciar funções num mandato que promete ser exigente. Segundo informações recolhidas pelo Setúbal Notícias, Maria das Dores Meira estará a preparar uma profunda remodelação na estrutura interna da Câmara Municipal de Setúbal, com mudanças significativas nas chefias e nos serviços municipais.
De acordo com fontes internas do Movimento Setúbal de Volta, a futura presidente pretende “rodear-se de pessoas de confiança, com quem construiu esta vitória e com quem assumiu compromissos políticos e de lealdade institucional”. A mesma fonte sublinha que “as nomeações de confiança são naturais num início de mandato e determinantes para o sucesso de um projeto autárquico”.
Entre os nomes mais comentados nos corredores da autarquia surge Rui Canas, apontado como vogal no Conselho de Administração dos Serviços Municipalizados de Setúbal (SMS). Ao que tudo indica, o órgão poderá também contar com Paulo Hortênsio, ex-diretor financeiro da Câmara e homem próximo de Dores Meira. Após uma passagem por Seia, onde foi candidato à presidência da autarquia local pelo PSD, Hortênsio poderá regressar à capital do Sado para assumir um papel de relevo, eventualmente como presidente dos SMS, segundo fontes próximas do Movimento.
Outro nome em cima da mesa é o de João Viegas, ex-deputado da Assembleia da República e dirigente centrista, que poderá vir a coordenar a frota automóvel municipal. Fontes ligadas ao Movimento sustentam que o convite se deve à sua “larga experiência no setor automóvel e à relação de confiança” estabelecida com Dores Meira durante a campanha. A futura presidente, que enfrentou polémicas relacionadas com o uso indevido de viaturas, estará a preparar novas regras mais restritivas para limitar abusos e reduzir gastos.
Também Carlos Cunha, professor e número sete da lista do Movimento Setúbal de Volta, deverá ser indigitado diretor do Departamento de Educação. Fontes próximas de Dores Meira adiantam que a nomeação “é praticamente certa”, uma vez que o docente já está indicado como orador em representação do município num seminário marcado para 19 de novembro.
Alexandra Manata, técnica superior da autarquia e número oito da lista, estará igualmente a ser apontada para integrar o núcleo duro da presidência, ao lado de David Marques, até agora Encarregado de Proteção de Dados. Este último, que foi candidato à União de Freguesias de Azeitão pelo Movimento Independente, poderá vir a assumir o cargo de chefe de gabinete de Dores Meira, segundo as mesmas fontes.
Outro nome em destaque é o de Nuno Marques, um dos fundadores do Movimento Setúbal de Volta, que poderá regressar à autarquia como diretor municipal, após um período de baixa médica. De acordo com informações internas, Marques “terá recuperado plenamente e mantém o respeito e a confiança política de Dores Meira”.
Em sentido inverso, Fernando Travassos, figura central no urbanismo setubalense nas últimas duas décadas, poderá estar de saída, abrindo espaço a novas lideranças na área. Também Paulo Anjos, responsável pela comunicação da Câmara de Setúbal nos últimos 20 anos, deverá ser substituído, sendo que a empresa Aurora, responsável pela comunicação das campanhas de Dores Meira e Isaltino Morais, poderá vir a assumir essa função.
O Setúbal Notícias sabe ainda que João Mendoza, cantor e figura conhecida da cidade, que integrou as listas do Movimento, poderá ser nomeado diretor do Fórum Municipal Luísa Todi, reforçando a ligação da nova gestão à cultura local.
No mesmo movimento de renovação, Jorge Bico, professor e deputado municipal eleito pelo Movimento Independente, deverá ser indicado para presidir à Escola Profissional de Setúbal, função para a qual reúne experiência e reconhecimento na área da educação.
Já Carla Tavares, conhecida setubalense ligada ao turismo e ao associativismo empresarial, poderá assumir a presidência da Associação Baía de Setúbal, numa tentativa de revitalizar a entidade e devolver-lhe a dinâmica dos tempos áureos.
Por outro lado, Luís Liberato, nome historicamente ligado à área da cultura e ao desporto, estará de saída, e a sua substituição “estará a ser ponderada com especial cuidado”, segundo fonte municipal, que reconhece a dificuldade em substituir “um técnico com grande aceitação no associativismo local”.
Nos bastidores, as movimentações são vistas como um misto de renovação e recompensa política a quem apoiou a candidatura de Dores Meira. Contudo, as mesmas mudanças estão a gerar incómodo e apreensão entre alguns trabalhadores, que falam em “acertos de contas e favoritismos”.
O certo é que, ainda antes da posse, a revolução administrativa de Dores Meira já faz correr tinta — e promete marcar o início de um mandato que se antevê intenso e politicamente carregado.
 
											


 
								







 
											

