Autarcas da Arrábida Reúnem com Ministra da Saúde para Exigir Soluções para o Hospital de São Bernardo

Na próxima segunda-feira, a ministra da Saúde, Ana Paula Martins, irá reunir-se com os presidentes dos municípios da Arrábida – André Martins (Setúbal), Álvaro Amaro (Palmela) e Francisco Jesus (Sesimbra) – para abordar uma questão urgente: os sucessivos encerramentos das urgências de Pediatria e Obstetrícia do Hospital de São Bernardo, em Setúbal.

O encontro, solicitado pelos autarcas no âmbito do Fórum Intermunicipal da Saúde, surge como resposta à crescente preocupação da população e das entidades locais quanto à incapacidade do Centro Hospitalar de Setúbal (CHS) em garantir serviços essenciais à comunidade. De acordo com o Fórum, a falta de profissionais de saúde tem causado uma “deficiente capacidade de resposta” não só no Hospital de São Bernardo, mas também nas unidades de cuidados primários dos três municípios.

Um Hospital de Referência Sob Pressão

O Hospital de São Bernardo é a principal unidade de saúde para cerca de 250 mil habitantes dos concelhos de Setúbal, Palmela e Sesimbra. Além disso, é um recurso vital para aproximadamente 100 mil utentes do Litoral Alentejano. Apesar da sua importância estratégica, o hospital tem enfrentado dificuldades crescentes devido à escassez de recursos humanos e à sobrecarga do sistema.

Encerramentos frequentes das urgências de Pediatria e Obstetrícia têm gerado revolta nas comunidades, sobretudo entre as famílias que, em situações de emergência, são obrigadas a percorrer distâncias consideráveis para aceder a cuidados médicos. A falta de resposta tem sido particularmente grave em casos pediátricos e no acompanhamento a grávidas, expondo a fragilidade do sistema.

Fórum Intermunicipal: Voz da Comunidade

O Fórum Intermunicipal da Saúde, que reúne autarcas, comissões de utentes e representantes de entidades locais, tem desempenhado um papel crucial na articulação de esforços para pressionar o governo por soluções. Na última reunião, realizada em outubro, o Fórum destacou a necessidade urgente de contratação de profissionais de saúde e melhorias na gestão dos recursos existentes.

Os autarcas dos três municípios exigem do governo um compromisso claro para resolver o problema estrutural do CHS. Segundo fonte do Gabinete da Presidência da Câmara de Setúbal, a reunião com a ministra é vista como uma oportunidade decisiva para apresentar as reivindicações da população e delinear um plano de ação concreto.

Ministra sob os Holofotes

Ana Paula Martins, que assumiu a pasta da Saúde recentemente, enfrenta um dos primeiros grandes testes do seu mandato com esta reunião. A crise no CHS não é um caso isolado, mas insere-se num contexto nacional de dificuldades nos serviços de saúde pública, com carência de profissionais, longas listas de espera e sobrecarga nos hospitais centrais.

Os municípios da Arrábida esperam que o encontro produza resultados tangíveis. “Não basta ouvir. Precisamos de ações concretas e imediatas para garantir que os serviços essenciais são restabelecidos e que as populações tenham acesso aos cuidados de saúde a que têm direito”, sublinhou André Martins, presidente da Câmara Municipal de Setúbal.

O Impacto na População

A crise no CHS tem consequências diretas na qualidade de vida da população. Os sucessivos encerramentos das urgências colocam em risco a saúde de milhares de utentes e aumentam a sensação de insegurança, especialmente em situações de emergência médica. Para as grávidas e famílias com crianças, a situação torna-se ainda mais angustiante.

Utentes como Maria Gonçalves, residente em Palmela, relatam episódios de verdadeiro desespero: “Tive de levar o meu filho com febre alta a Lisboa porque a urgência de Setúbal estava fechada. São quase 50 quilómetros e, com trânsito, é uma eternidade. Isto não pode continuar.”

Um Passo Decisivo?

O desfecho da reunião de segunda-feira poderá marcar um ponto de viragem na gestão da crise do Centro Hospitalar de Setúbal. Para os autarcas e a população, esta é uma oportunidade de exigir respostas claras e comprometimento por parte do governo.

Com a pressão a aumentar, os próximos dias serão determinantes para avaliar se o diálogo com a ministra resultará em soluções concretas ou se a crise continuará a aprofundar-se, agravando ainda mais a já debilitada confiança no sistema público de saúde.

 

Foto: Horacio Villalobos/Corbis via getty imagens

 

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