A Câmara Municipal de Grândola emitiu parecer desfavorável ao projecto da Mina da Lagoa Salgada, no âmbito da consulta pública que terminou na quarta-feira, 30 de Abril. Após uma análise técnica aprofundada, o município listou seis motivos fundamentais que sustentam a sua oposição à proposta de exploração mineira.
Segundo a autarquia, o projecto da Lagoa Salgada apresenta uma série de impactos negativos, incompatíveis com os princípios de ordenamento e sustentabilidade do território, representando uma ameaça directa ao bem-estar da população e ao equilíbrio ambiental da região.
Incompatibilidades com o território e ameaça aos recursos naturais da Lagoa Salgada
De acordo com o parecer da Câmara, a proposta de implementação da mina entra em conflito com o Plano Director Municipal, ao desconsiderar áreas classificadas como parte da Estrutura Ecológica Municipal. Estes espaços possuem funções essenciais de protecção ambiental, e a sua alteração compromete ecossistemas já frágeis.
Entre as principais preocupações estão a degradação dos recursos hídricos, a destruição da biodiversidade local e o risco de poluição atmosférica. As explosões subterrâneas previstas no plano gerariam poeiras, ruídos e vibrações com efeitos potencialmente nocivos para a saúde pública e para a fauna e flora envolvente.
População local em risco e desenvolvimento rural travado
A Câmara destaca ainda que os aglomerados populacionais mais próximos da zona prevista para exploração seriam os mais afectados, com impactos na qualidade de vida das comunidades e possíveis entraves ao seu desenvolvimento socioeconómico.
Em causa está o futuro de um território que aposta na sustentabilidade, no turismo de natureza e na valorização dos seus recursos naturais como motores de crescimento.