Não é de hoje esse problema da lixeira! Antes mesmo do atual mandato de André Martins, o cenário de degradação já fazia parte do quotidiano dos moradores da zona da Tanoeira, entre o Alto da Guerra e a EN10-8, rumo à Mitrena. A prática, porém, permanece — e agrava-se — sem que a Câmara Municipal de Setúbal tome medidas concretas para conter o uso indevido daqueles terrenos como ponto de despejo de resíduos.
Durante os anos de governação de Dores Meira, a área já acumulava lixo, entulho e restos de obras, lançados irregularmente. Hoje, sob a liderança de André Martins, a situação piorou visivelmente. Vários moradores têm-se manifestado, quer nas redes sociais, quer junto das autoridades, denunciando o crescimento descontrolado da lixeira informal que se forma ali. A paisagem natural, outrora verdejante, cede lugar a amontoados de resíduos, que vão desde eletrodomésticos abandonados a escombros de construção civil.
O silêncio da autarquia contrasta com a urgência do problema da lixeira
A ausência de fiscalização contínua e de sinalização dissuasora faz com que o espaço se torne cada vez mais atrativo para práticas ilegais. Mas há um custo — e não apenas visual. O despejo indevido de resíduos está sujeito a coimas que podem ultrapassar os milhares de euros, conforme estipulado na legislação ambiental em vigor. Para além disso, os impactos ecológicos são sérios e duradouros: poluição dos solos, contaminação de lençóis freáticos, riscos para a fauna local.
O silêncio da autarquia contrasta com a urgência do problema. O que impede a Câmara de Setúbal de agir? Por que razão esta prática, conhecida e recorrente, continua sem resposta efetiva? A situação repete-se em vários pontos do concelho — sempre nos mesmos moldes: zonas isoladas, ausência de controlo, lixo a céu aberto.
A comunidade local, cansada de esperar, pede uma solução que vá além das promessas. Mais do que uma questão estética, trata-se de saúde pública, de responsabilidade ambiental e de respeito pela cidade.
Enquanto isso, a lixeira da Tanoeira cresce a olhos vistos. E com ela, cresce também a dúvida: até quando a Câmara de Setúbal continuará a fechar os olhos ao lixo que se acumula no coração do concelho?